“Mas de vós, ó amados,
esperamos coisas melhores, e que acompanham a salvação, ainda que assim
falamos.”- Hebreus 6:9
O trabalho pastoral não é
um trabalho fácil, porquanto trabalha-se no mesmo com pessoas, e pessoas são
complexas. Alguém refere que chegou a contar duzentas e oitenta teorias dentro
da Psicologia. Esforços de entender pessoas. Por as pessoas serem complexas,
torna-se necessário o trabalho com esperança. É isso que o escritor externa. Ele
esperava coisas melhores de seus leitores, de seus discípulos.
Como o pastor consegue
trabalhar com esperança? De onde retira tal esperança?
Primeiramente,
a esperança pastoral decorre dos sentimentos pastorais. Faz questão de salientar que são seus
“amados”. Há um vínculo sentimental forte. O verdadeiro pastor ama suas ovelhas e o amor sempre
produzirá esperança. Torcemos por coisas melhores para os que amamos, por
coisas melhores dos que amamos.
O
amor pastoral ambiciona que a incredulidade se torne em fé. Que a cegueira que está sobre os olhos
se desfaça e o auxiliado possa contemplar a grandeza divina. Ambiciona vê-lo
andar com ousadia, passo firme, destemido. Deseja vê-lo deixar o pessimismo de
lado e impregnar sua alma das promessas divinas.
O
amor pastoral ambiciona que toda tristeza se torne em alegria. Que toda mágoa seja desfeita. Que toda lágrima
seja enxugada. Perturba-lhe o choro dos fiéis. Incomoda-o sobremaneira.
Lembro-me de quando meus
filhos eram pequenos e adoeciam. Passei noites inteiras, após lhes haver dado
algum remédio, esperando que a febre desaparecesse totalmente. Incomodava-me o seu mal, a sua
enfermidade, sobremaneira. Assim é também no ministério pastoral. Vemos Paulo
exclamar aos Gálatas: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de
parto, até que Cristo seja formado em vós!” (Gálatas 4:19) A tristeza incomoda
o que ama.
O
amor pastoral ambiciona que toda passividade se transforme em serviço dedicado
para Deus. Há tanto
para ser feito e, por vezes, o pastor se vê como o barqueiro descrito por
Orlando Boyer, o qual, havendo tantas pessoas para salvar em um naufrágio,
orava a Deus: “Senhor, me arruma um barquinho maior!” Pastores sentem a
grandeza da tarefa e desejam envolver mais trabalhadores. Trabalhar para Deus é
sinal de se estar com saúde espiritual.
Um grande desafio ao
pastor é, sem dúvida, o aparecimento da falsa ovelha, o lobo. A presença do
lobo mexe com o discurso. Acrescenta um “ainda que assim falamos.” O lobo
preocupa o pastor e inquieta as ovelhas, transtornando ou tentando transtornar
o ambiente de amor que tanta esperança produz. O lobo não é ovelha, tentando se
passar por uma.
Em
segundo lugar, a esperança pastoral decorre das convicções pastorais. O escritor está lembrando que a Salvação não é
vazia, inativa, mas, possui resultados. Há coisas que a acompanham. Como anunciar
a salvação em Cristo sem crer nesta salvação?
A salvação produz coisas
boas. O pastor acredita que a salvação produz uma intimidade com Deus proveitosa. Que dos momentos de comunhão
divina sobrevirão mudanças gloriosas. É impossível que se tenha uma comunhão
intensa com uma pessoa sem que se seja influenciado pelo seu ser. As pessoas
com as quais mantemos comunhão sempre nos influenciam e, se mantivermos
comunhão com Deus, seremos santamente influenciados. O pastor crê que, a partir
da salvação, há uma comunhão nova e verdadeira do fiel com Deus e logo serão
verificadas mudanças.
O
pastor acredita que a salvação produz experiências com Deus proveitosas. Uma ousadia que não era encontrada.
Uma busca de aventura sobrenatural eficaz. Quem não ousava, quem não queria
sequer viver mais, de repente é tomado de um heroísmo, de um pioneirismo, de
uma força indescritível.
Os pastores têm sido
conhecidos como homens de fé. São de fé e de esperança. De uma insistência
incompreensível. Por vezes, tidos como constrangedores, até. Se “em esperança
somos salvos”, em esperança nos tornamos pastores.
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