quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O ACENDEDOR DE CANDEIAS


“Porque tu acenderás a minha candeia; o Senhor meu Deus alumiará as minhas trevas.”-Salmo 18:28
Se disséssemos que confiar em Deus é abolir o sofrimento, não estaríamos sendo corretos. Deus não nos prometeu dias sem lutas. Não nos prometeu uma vida sem lágrimas. Não nos prometeu um existência sem dores. Mas, há algo que nos assegura: sua presença resolutiva e consoladora.
O Senhor alumia as trevas da necessidade.  Acende a luz na hora do desemprego, da dívida, da privação. Mostra novas possibilidades. Faz ver novos rumos, novas portas. Impede que a sua felicidade se vá com a derradeira moeda.
Lembro-me de, há muitos anos atrás, estar ouvindo um  jovem narrar-me o seu testemunho. Como conheceu a Salvação em Cristo. Estado familiar de extrema pobreza. Morando de favor em uma casa velha cedida. Sem luz e sem água. Numa noite uma cristã bondosa bate à porta da velha casa. Duas vasilhas com comida. Entrega-lhes. Senta-se no sofá, no escuro, e lhes fala de Jesus. Luz da melhor maneira. De todas as formas.
O Senhor alumia as trevas da enfermidade. Gosto da expressão de um dos Salmos em que o salmista diz que Deus “faz a cama” do justo, em sua enfermidade.  Já havia imaginado Deus assim? Pois, é assim que deve vê-lo. Há enfermidades pelas quais passamos que os que nos cercam não podem perceber toda a intensidade da nossa dor, do nosso sofrimento. Deus conhece. Deus ajuda. Deus liberta. Pode dar o milagre. Ir além do ponto em que a medicina parou, desanimada, exausta. O senhor pode acender a candeia do enfermo.
O Senhor alumia as trevas da solidão. Da hora que ninguém compreendeu, e a maioria se omitiu. A hora do andar sozinho. Andar entre trevas de tristeza e desânimo. Deus aparece nestas horas. Pede-nos que lhe estendamos nossa lâmpada. Faz a luz brilhar novamente. Então sorrimos com a convicção de que jamais estaremos sós. Há passos divinos na nossa solidão.
O Senhor alumia as trevas da culpa. Do sentimento intenso de que não andamos bem. De que poderíamos ter agido diferente. Termo-nos poupado de todo o estrago que presenciamos. Evitado tantas lágrimas, tanto sofrimento.  Estamos tristes. Olhares baixo. Ombros curvos. Passos cansados. Densas trevas. E, novamente, nos pede Deus que lhe estendamos nossa lâmpada, Deus veio desfazer nossas trevas.  
Ei! Não baixe a candeia. Não se afunde nas trevas. Não prossiga arrastando os pés na senda da dor.  Deixe Deus alumiar as suas trevas.  Deixe Deus acender a sua luz!  

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